Ensino especial ajuda no tratamento de autistas Escola Classe da 405 Norte mostra bons resultados no acompanhamento de portadores do transtorno Ana Carla Rocha |
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O evento foi organizado pelas professoras, mas são os alunos que conduzirão as atividades. A peça Na nossa escola todo mundo é igual foi produzida pela professora Joelma Esteves, mas ela adianta que os alunos têm total liberdade na atuação. A idéia é que os autistas tenham um momento de interação com o restante das crianças. Os alunos também assistirão ao filme Uma lição de amor, cuja história narra a vida de um autista, suas dificuldades e o convívio com os demais.
De cada 500 crianças que nascem, uma apresenta algum grau de autismo. E, em cada quatro, uma é do sexo masculino. No Distrito Federal, estima-se que haja quase 5 mil portadores do transtorno. Ainda não existe um estudo preciso sobre as causas e cura da síndrome. O diagnóstico é feito por meio de observação. Porém, muitos médicos ainda não estão suficientemente preparados para identificar a doença e a rede pública de saúde ainda engatinha na oferta de tratamento. O que se sabe é que os autistas apresentam certo tipo de dificuldade na aprendizagem devido a um deficit de inteligência. Mas muitos deles têm melhoras significativas quando recebem um acompanhamento correto, por meio de psicoterapias e, principalmente, com a educação especial.
A Escola Classe 405 Norte, que já foi exclusivamente de alunos autistas, é muito procurada devido ao tratamento e acompanhamento que oferece aos alunos portadores da síndrome. "A maioria dos alunos já chega aqui com o laudo e nós encaminhamos para a classe mais adequada", informa a diretora Raquel Sampaio.
Raquel foi professora de autistas por nove anos a assumiu a direção da escola no início de 2008. Ela explica que as classes são divididas em três tipos: classes especiais, classes de integração inversa e as regulares. As especiais são compostas exclusivamente de autistas. As de integração inversa são mistas, porém com número menor de alunos. As regulares também têm alunos autistas, mas a turma é maior. Geralmente, as crianças são encaminhadas primeiro para as classes especiais. Caso a professora note que o aluno tem um grau mais brando do transtorno, ele avança para a classe de integração inversa.
As classes especiais comportam até cinco crianças com duas professoras. As salas possuem móveis encostados nas paredes, abrindo espaço para os alunos, e evita-se o uso demasiado de cores, pois isso os incomoda. A classe integração inversa admite no máximo 15 alunos sem a síndrome e até três autistas. É uma fase de transição importante para o autista, pois ele passa a ter contato com crianças do ensino regular. O número de alunos é reduzido para que a professora possa desenvolver melhor seu trabalho. Na classe regular, a quantidade de alunos sem o transtorno pode aumentar para até 28. "Já houve casos em que o aluno nem passou pela integração inversa, foi direto para a classe regular", conta Raquel.
Ana Carla Rocha |
Professora Joelma mostrando as atividades |
O transtorno
O autismo é uma síndrome comportamental cujos sintomas aparecem antes dos 3 anos de idade. O portador apresenta dificuldades de se relacionar, deficit na comunicação, hábitos repetitivos, apreciação da rotina, dificuldade em manter contato visual, preferência por estar só, incapacidade de identificar situações de perigo, apego a objetos, repetição de palavras, rejeição a carinhos, dificuldade nos métodos normais de ensino. Quanto mais cedo esses sintomas são identificados, melhor para a criança, pois ela pode ser encaminhada para uma escola preparada para recebê-la. Com o acompanhamento, a criança pode se desenvolver e mostrar melhoras.
Ajuda
Asteca:Associação Terapêutica e Educacional para Crianças Autistas Granja do Riacho Fundo,EPNB km 04 Área Especial s/nº - Riacho Fundo Brasília - DF Telefone(s):(61) 399 4555
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