terça-feira, 23 de agosto de 2011

Tecnologias favorecem inclusão do aluno com autismo

Crianças com autismo podem ter seu desenvolvimento e qualidade de vida melhorados através do diagnóstico precoce aliado a tecnologias educacionais específicas. O Instituto Nacional de Tecnologia (INT/MCT) atua nesse sentido, através da sua área de Gestão da Produção, integrando projeto de inclusão dessas crianças na Rede Pública de Ensino, coordenado pela Universidade Federal Fluminense (UFF) com participação da Secretaria Municipal de Educação de São João de Meriti (RJ).

Os pesquisadores deste projeto são os engenheiros de produção Saul Eliahu Mizrahi e Janete Rocha Cícero, tecnologistas da área de Gestão da Produção/INT. Eles desenvolvem no INT o projeto Perspectivas Educacionais Inclusivas para o Aluno com Autismo na Rede Pública de Ensino, que abrangem a produção de artefatos para utilização no processo de desenvolvimento do aluno, além da implementação de tecnologias de gestão.

Uma das escolas que fazem parte deste projeto é a Escola Municipal Especial Profª. Mariza Azevedo Catarino, vinculada à Secretaria de Educação de São João origem no Programa de Atendimento ao Autismo, que inicialmente atendia a apenas cinco alunos identificados com a deficiência. Hoje, a unidade atende a mais de 70 crianças com autismo e tem concentrado as iniciativas do projeto focado no desenvolvimento desses alunos.

Tecnologias inclusivas 

A confecção de brinquedos educativos é um dos pontos desenvolvidos pelo INT voltado aos alunos com autismo, realizados pela área de Gestão da Produção junto com a área de Desenho Industrial do Instituto, responsável pelo design dos artefatos. “As cores, formas, texturas, movimentos, seqüências lógicas, múltiplas linguagens, sons e materiais facilitam a ativação do sistema perceptivo-motor da criança com autismo”, explica o tecnologista Saul Mizrahi, doutor em engenharia de produção, com foco na gestão estratégica multicultural aplicada a instituições de ensino.

A atividade do Instituto no projeto abrange ainda a implementação de tecnologias de gestão, que culminou com a elaboração do manual de planejamento estratégico da escola Profª. Mariza Azevedo Catarino, reunindo indicadores para avaliação do processo de ensino/aprendizagem, e com a instalação do sistema de gestão Sigesc Web, com treinamento dos professores. Com a inclusão da avaliação psicopedagógica da pessoa com autismo, o software possibilitou ainda o compartilhamento das informações reunidas na base de conhecimento da escola especial e outros dados informativos como coletânea de artigos sobre o tema.

Além dos professores, o projeto abrange a capacitação de psicomotricistas, psicólogos, fonoaudiólogos, pedagogos e familiares dos alunos com autismo. “A troca de experiências e a orientação multidisciplinar envolvem desde a higiene pessoal até os estímulos para a comunicação”, descreve o Saul Mizrahi.


A pesquisadora Janete Rocha e a Escola Mun Mariza azevedo Catarino participarão do "I Simpósio Mediação Escolar e Inclusão - Levantando Possibilidades, encarando as dificuldade", organizado pelo Centro de Otimização para a Reabilitação do Autista - CORA, no dia 17 de setembro, no auditório da UERJ, auditório 33, 3º andar, bloco F. As palestras são gratuitas, porém será cobrado uma taxa de R$ 15,00 pela emissão do certificado. Inscrições no site: www.corautista.org

sábado, 13 de agosto de 2011

Autistas famosos


 
Muitos pensam que o diagnóstico de autismo condena uma criança a uma vida solitária sem qualquer realizações. A história provou que esta teoria é falsa, e muitas pessoas com as formas de funcionamento superior do autismo passaram a fazer grandes coisas. Há algumas pessoas autistas famosas que podem ser uma inspiração para as crianças com autismo ou para seus pais.  Embora não tenha sido comprovado, alguns especulam que Albert Einstein pode ter tido uma forma de autismo de alto funcionamento. Porque ele não é mais vivo, não há nenhuma maneira que se possa ter certeza do diagnóstico. No entanto, essa teoria é popular e é atribuída a alguns comportamentos que ele demonstrou, e em suas próprias palavras, muito solitário e não se sentia particularmente ligado a ninguém, nem mesmo a seus familiares próximos. Ele era brilhante em matemática, mas algumas fontes dizem que ele só começou a falar na idade de dois ou três anos. Ele costumava ficar tão envolvido com seu trabalho que era capaz de esquecer de fazer as refeições, e se uma palestra que ele estava dando não chamasse nenhum ouvinte, ele daria a aula de qualquer maneira. Novamente, esta é apenas uma teoria, mas parece que esta hipótese pode ser válida.
A atriz Daryl Hannah diz-se ter sido diagnosticada como  no “limite do autismo” com menos de 3 anos, mas teve uma carreira bem sucedida como atriz. Ela é provavelmente mais conhecida por seu papel nos filmes Splash e na série Kill Bill.
Andy Kaufman (falecido em 1984) era conhecido por ter um sentimento muito estranho e bizarro de humor. Ele é outro ator que acredita-se com o autismo.
Dois artistas muito conhecidos, Vincent van Gogh e Andy Warhol podem ter tido autismo. Eles apresentaram muitos traços de pessoa com alto grau de funcionamento nesta condição, e eram vistos como “excêntricos” e brilhantes.
Embora Courtney Love não seja, provavelmente, o melhor exemplo do que alguém com autismo pode fazer, percebe-se que ela foi diagnosticada na idade de três anos como “levemente autista “. Ela teve seus altos e baixos, mas sua banda Hole fez algum sucesso.  Talvez algumas das pessoas mais conhecidas com essa condição nasceram antes que um diagnóstico real pudesse ser feito. Isso significa que essas pessoas autistas famosas têm um “diagnóstico” que se baseia em especulações e por coisas que eles eram conhecidos quando estavam vivos. Muitas dessas pessoas são importantes, tanto por razões históricas e por melhorar o mundo à sua maneira. Exemplos são Sir Isaac Newton (matemático), Wolfgang Mozart (compositor e músico), Charles Darwin (naturalista / cientista) e Michelangelo (pintor / escultor / arquiteto / poeta).
Foto: davesag

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Uma luz no fim do microscópio

Neurocientista diz ter encontrado um caminho para a cura em laboratório de 90% dos tipos de autismo

Por Paiva Junior,
editor-chefe da Revista Autismo
Alysson MuotriÉ “apenas” um caminho, uma possibilidade, para que no futuro tenhamos um medicamento para curar a maioria dos casos de autismo. Se você acha isso pouco é porque não tem um filho que esteja no espectro autista. Eu tenho.
Para os pais, a notícia é uma esperança de que um novo caminho possa surgir nessa luta. Refiro-me a um “novo caminho”, pois se juntará aos já existentes de se tratar o autismo, seus sintomas e as limitações que a síndrome impõe à pessoa. Talvez um caminho mais curto. Talvez. Ainda é cedo para afirmar.
E o “culpado” por essa nova perspectiva e um marco na área -- é a primeira vez na história que se consegue uma possibilidade real de cura para o autismo -- é o neurocientista brasileiro Alysson Muotri, que trabalha e reside em San Diego (California, EUA).
Conversei com ele, por telefone, durante 1h10min, em uma entrevista exclusiva, quando ele revelou seu próximo trabalho (ainda não publicado), com autismo clássico, em que ele afirma que 90% dos tipos de autismo têm causas genéticas e poderão ser curados num futuro (que desejamos ser próximo), assim como a Síndrome de Rett -- esta última, alvo do trabalho publicado e muito divulgado no final de 2010.
Muito simpático e extremamente solícito, Alysson falou ainda sobre a possível droga que, no futuro, poderá ser a cura definitiva para o autismo e o salto que seu estudo deu pela descoberta do japonês Yamanaka -- que fez uma célula “voltar no tempo” e reprogramá-la. O neurocientista conta também sobre as possíveis (e ainda desconhecidas) consequências dessa “cura” para a pessoa com autismo e sobre a indústria farmacêutica já estar interessada nesse medicamento que ainda nem foi desenvolvido.
A conversa foi muito esclarecedora além de descontraída, por isso decidimos publicá-la na íntegra, sem cortes, para que você leitor se sinta ali do meu lado, enquanto estava ao telefone com Alysson, no viva-voz, naquela tarde de 2 dezembro de 2010, uma quinta-feira.

ENTREVISTA

Alysson Muotri no laboratórioRevista Autismo - Como foi a repercussão imediata da publicação de sua pesquisa, no Brasil e no mundo?

Alysson Muotri - A pesquisa teve um impacto mundial e eu acabei recebendo muitos e-mails de associações de autismo do mundo inteiro. Duas grandes associações de autismo nos EUA, a Simons Foundation e a Autism Speaks, deram grande destaque para a pesquisa. O próprio NIH [maior órgão de financiamento cientifico nos EUA] listou como uma das dez mais importantes pesquisas do ano de 2010. Mas do Brasil --acho que por causa [da reportagem] do Jornal Nacional a pesquisa teve um impacto grande - acabei recebendo muitos e-mails de familiares querendo saber mais sobre a pesquisa, etc., foi bem interessante. Tentei responder a todos, mas foi impossível. Peço desculpas àqueles que não consegui dar um retorno.


Por que sua escolha de trabalhar com o espectro autista? Por que você escolheu trabalhar com o autismo?

Já tinha um interesse de longa data em entender como essas doenças do desenvolvimento aconteciam. Mas tínhamos apenas dois tipos de material para trabalhar. Um tipo eram os modelos animais -- você cria um camundongo e tenta recapitular a doença, mas para doenças psiquiátricas há um problema [a mais], o camundongo não fala e a interação social dele é muito diferente da de um humano, portanto ficamos restritos a problema neurológicos, não conseguimos ir muito além disso. Outro tipo de material eram os cérebros post-mortem -- quando a família doa o cadáver para pesquisa, usamos o cérebro de um paciente que faleceu. Nem preciso dizer que este último caso é muito raro e quando o cérebro chega no laboratório está muito mal preservado, pois não é todo mundo que sabe conservar isso de uma forma correta, e o pior é que ele já está na fase final da doença, então estaremos olhando para o último estágio, o dano já aconteceu. E o que eu queria entender é como a gente percebe esses estágios iniciais, que acontecem antes da manifestação da doença em si.



Você queria exatamente o contrário do que você tinha?

Exato. Queria voltar para o estágio embrionário. Aí veio o uso das células-tronco embrionárias humanas. Só que você precisa, de alguma forma, capturar o genoma de uma criança no espectro autista dentro dessa célula embrionária. E eu, já sabendo dessa nova tecnologia desenvolvida no Japão, decidi aplicar isso para o espectro autista. E como o espectro é muito heterogêneo, decidimos escolher uma síndrome cuja base genética fosse muito bem definida, por isso escolhermos a Síndrome de Rett. E seu gene, quando sofre mutação, pode causar diferentes síndromes, dependendo do tipo de mudança. Existem pacientes com autismo clássico, pessoas com retardo mental, encefalopatia neonatal ou mesmo esquizofrenia que têm mutações nesse mesmo gene. Esse gene é considerado a Pedra de Rosetta das doenças mentais, pois é fundamental para o desenvolvimento do cérebro. Foi, portanto, uma escolha a dedo. Queríamos entender qual a função desse gene na formação neuronal. Entendendo como esse gene funciona, podemos extrapolar isso para todas as doenças do espectro, ou pelo menos uma boa parte [delas].



Aí vamos entrar na primeira polêmica do seu estudo. Aqui no Brasil, muitos pais ficaram felizes em se falar da cura do autismo pela primeira vez. Depois, se decepcionaram quando souberam que era apenas a Síndrome de Rett, uma doença que pode sair da classificação do espectro autista. Ou seja, muitos pensaram, ele não pesquisa a cura do autismo, é da Síndrome de Rett. O que quero saber é: quanto se pode dizer que reverter uma célula com Síndrome de Rett significa também que outras síndromes do espectro do autismo também possam ser revertidas?

Neste trabalho, nós não só conseguimos reverter a Síndrome de Rett através das drogas, como também conseguimos colocar o gene correto para dentro da célula. E fazendo isso conseguimos recuperar [o neurônio], o que chamamos de “terapia genética”.  Consertando o defeito genético daquela célula, vimos que ela melhorou também. Portanto, o fato de provarmos -- o que nunca havia sido feito com neurônio humano -- que os defeitos sinápticos que vemos naquela célula são causados por uma deficiência genética, isso é muito poderoso. Significa que, possivelmente, todas essas formações sinápticas que aconteceram decorrentes dessa mutação genética não são permanentes e podem ser reversíveis corrigindo-se o defeito genético. Assim eu acho que podemos extrapolar para todas as síndromes do espectro autista que tenham uma característica genética. É importante ressaltar que esse tipo de controle só poderia ser feito se soubéssemos com antecedência qual o gene afetado. Daí a escolha dos pacientes Rett, com diferentes graus de autismo.



E quantos “autismos” são genéticos?

A grande maioria dos “autismos” tem raízes genéticas e são hereditários. O complicado é que não sabemos qual a forma de herança que rege as alterações genéticas implicadas com os diferentes tipos de autismo. Obviamente há uma porcentagem pequena, de aproximadamente dez por cento, que tem um fator ambiental que a gente ainda não entende, não consegue controlar. Nesses casos seria um pouco mais difícil.



Então você não chegou a trabalhar efetivamente com outro “tipo de autismo” que não seja a Síndrome de Rett?

Ainda não foi publicado, mas já estamos trabalhando sim.




Isso quer dizer que pode sair daí um resultado que aumente a abrangência desse trabalho para além da Síndrome de Rett?

Com certeza. Esperamos isso para o ano que vem [2011].



A descoberta do japonês Yamanaka [das células IPS] foi o que “destravou” as verbas e os empecilhos morais para descobertas como a sua?

Correto. Uma das razões para eu decidir ficar na Califórnia (EUA) foi devido a verbas estatais para o trabalho com células-tronco embrionárias. Mas mesmo assim isso é limitado e acaba restringindo muito a pesquisa. Com a descoberta do Yamanaka houve realmente um verdadeiro boom na Ciência, porque não só a tecnologia é fácil de ser reproduzida em laboratório, como abre essa perspectiva de se conseguir estudar esses estágios iniciais de qualquer doença. Por isso espero que em breve apareçam dados como esse que obtivemos para a Síndrome de Rett para várias outras doenças também.




Quando o Yamanaka apresentou essa técnica ele foi subestimado?

Completamente. Pois o que ele estava propondo todos achavam que seria muito difícil, que é usar uma célula que já se diferenciou e transformá-la novamente numa célula pluripotente [como uma célula-tronco embrionária]. É como uma volta no tempo. Já havia evidências de que isso seria possível, um pesquisador demonstrou isso com células de sapo. Ao colocar uma célula de sapo num ovo não fecundado era possível revertê-la ao estágio embrionário e a célula perdia as características originais. Mas isso foi em sapo, em situações experimentais bem diferentes. Fazer isso com uma célula de um mamífero seria muito mais complicado.



Eu li que na Universidade de Stanford (EUA) também fizeram uma reprogramação celular. Mas é diferente desse processo que você utilizou porque a célula não “voltaria no tempo”, apenas se transformaria em outro tipo de célula. É isso mesmo?

Isso. É o que a gente chama de conversão direta ou transdiferenciação celular. Você pega um tipo celular e o transforma em outro tipo celular.



Só para ver se entendi bem, vou usar uma analogia. É como se um homem fosse engenheiro e eu quero que ele seja médico. Então eu o faço voltar no tempo, transformar-se num bebê, ele terá novas experiências de infância e quando for fazer a faculdade eu digo a ele que vai fazer Medicina. Foi isso que o Yamanaka fez?

Exatamente (risos). É uma boa analogia.


E no caso de Stanford, o engenheiro volta apenas para o vestibular e cursa Medicina, sem voltar no tempo.

Absolutamente correto (risos). É isso aí. Você matou a charada. Na conversão direta existem algumas limitações, uma vez que você não volta no estágio de bebê, você não sabe o quão bom será esse médico, pois ele pode ter tido influências desde a infância para ser um engenheiro e não um médico. Então, no caso desses neurônios com conversão direta, talvez não representem fielmente o que seria um neurônio durante o desenvolvimento. Outro problema: quando se faz essa conversão direta, é de uma célula para uma célula, ou seja, uma célula da pele vai virar apenas um neurônio. Como queremos ter muitos neurônios para estudar, precisamos amplificar o número de neurônios (e neurônios não se dividem). As células da pele crescem até um certo ponto, mas não é infinito. Porém, uma célula-tronco pluripotente é virtualmente infinita e temos neurônios para estudar pelo resto da vida.


Então com um pedacinho de pele você pode transformar isso em neurônios na quantidade que você precisar.

É, exato.




Eu li um texto seu, em que você cita uma estatística de autismo nos EUA de 1 para 105. E a que conhecíamos era de 1 para 110. De onde veio esse número?

Acabou de ser divulgado no Congresso de Neurociência da Sociedade Americana, na semana passada. Numa sessão de autismo os médicos falaram que depois de alguns ajustes ou correções nas estatísticas chegaram nesse número que seria mais fiel, de 1 para 105. Existem diversos trabalhos com metodologias diferentes, daí a discrepância entre os números corretos. De qualquer forma, a mensagem é clara, 1% é uma incidência muito alta.




Você me disse que curar a Síndrome de Rett abre caminho para curar os outros 90% de doenças do espectro do autismo, excetuando-se apenas os 10% com causas ambientais. Isso significa que você derrubou o mito na Neurologia de que o autismo é incurável? Já se pode dizer isso?

Um pesquisador já havia corrigido isso [os sintomas de Rett] num modelo animal. E ele disse que, se conseguimos corrigir num animal, poderíamos conseguir num humano. Mas as pessoas ficaram descrentes, porque o neurônio e o cérebro humanos são muito mais complexos. Então consertar num camundongo não seria o mesmo que consertar humanos. É justo dizer que já havia um indício de que era possível a reversão. E foi isso que me estimulou a tentar fazer essa correção nos neurônios humanos. Para alguns colegas, conseguir um modelo celular que reproduz o comportamento de um neurônio desde o começo do desenvolvimento já seria bom - poderíamos ter parado por aí.  Mas nós dissemos “Não. Nós vamos tentar recuperá-lo, fazê-lo voltar ao normal”. Fazer isso num neurônio humano acho que realmente foi uma das grandes sacadas e, a meu ver, é o principal ponto deste trabalho.



Podemos dizer que será possível fazer essa “cura” numa pessoa?

Extrapolar de uma “cura” de uma célula em laboratório para a cura num cérebro de uma criança é realmente um grande salto. Mas o que eu gosto de dizer é que, corrigindo-se um neurônio de cada vez não é impossível de corrigir o cérebro todo. Então, eu me agarro nessa esperança.



Hoje ainda não dá para dizer que o autismo é curável, pois ainda não se fez isso numa pessoa. Mas também hoje não é mais possível dizer que o autismo é incurável. Estamos numa fase de transição e não dizer que é incurável é um bom começo, não acha?

Exatamente. Muito boa sacada essa sua. Eu não tinha pensado dessa forma ainda.



Quais os outros tipos de doenças que podem se beneficiar desse seu estudo, além de Rett e dos outros 90% de “autismos”?

Eu aposto na esquizofrenia ou outras doenças psiquiátricas. O que percebemos, é que quando consertamos o número de sinapses, acaba-se consertando as redes de comunicação formadas pelos neurônios. Meu ponto de vista é ainda mais abrangente: de que toda doença genética, cujo problema esteja na sinapse, vamos conseguir corrigir em algum momento.



Sei que ainda há um longo caminho para que as drogas utilizadas evoluam e possam ser usadas em humanos, mas você acredita que ela poderá ser usada em pessoas de qualquer idade, inclusive jovens e adultos?

Essa é a ideia. É difícil concluir isso, mas colhemos amostras de pele [para serem “transformadas” em neurônios] de pessoas com diferentes idades. Mas não sabemos se esses neurônios se comportam exatamente como os neurônios embrionários ou se ainda carregam alguma “memória”. Isso ainda não está claro. Logo é possível que [o medicamento] seja para qualquer idade.



E você vê alguma possibilidade de o cérebro “piorar” com essa “cura” dos neurônios autistas? O que poderia acontecer com um adolescente que fosse “curado”, poderia ter algum déficit, regredir ou perder alguma habilidade e ter que aprender novamente?

Essa é uma questão fascinante, da qual eu não tenho a menor ideia. Pode ser que quando o medicamento for “rearranjar” essas sinapses, vá eliminar algumas que já foram feitas. Então [essa pessoa] pode perder memória, perder alguma habilidade, como se fosse mesmo um “reset” no cérebro. É isso que eu imagino que deva acontecer. Se todas as características serão preservadas ainda não sei. Se vai causar algum problema, algum efeito colateral, também é possível, mas acho que isso está muito mais relacionado com a dose do medicamento que a pessoa vai tomar.


Então podemos dizer que tanto a pessoa pode virar um bebê e ter que aprender tudo de novo, porém de forma natural, sem os déficits de desenvolvimento do autismo, como também a pessoa pode simplesmente “acordar” do autismo, sem perder nenhuma habilidade já conquistada?

É. Uma mãe de um garoto com Síndrome de Asperger, muito criativo, me relatou sobre essa questão, dizendo que ele tem muitas habilidades que ela não gostaria que ele perdesse. Essa será uma questão ética interessante para os pais, uma vez que se soubesse que o garoto perderia as habilidades, você faria ou não o tratamento? Você estaria alterando a essência e individualidade daquela pessoa. São questões fascinantes.



Com essa sua técnica, poderíamos ter um exame para diagnosticar o autismo precocemente, com um biomarcador seguro, talvez até logo após o nascimento por você ter visto que a morfologia dos neurônios “autistas” são diferentes, além da diferença no número de sinapses. Seria possível hoje?

Isso para mim foi a prova de conceito. O protocolo correto seria fazer o protocolo com umas cem crianças recém-nascidas,extraindo um pedaço de pele delas, fazendo a diferenciação neuronal e contando o número de sinapses. Aí acompanharíamos essas crianças por dois ou três anos até descobrir se aquelas que têm o número reduzido [de sinapses] tiveram algum problema mental. Esse seria o experimento correto, o qual não fizemos. Então acredito que sim, que isso possa se transformar num método de diagnóstico. O que mais emperra mesmo é o custo disso tudo. Para fazer isso é preciso muito dinheiro por pessoa, além de ser um processo muito lento e trabalhoso.


Portanto hoje esse exame seria complexo e caro?

Exatamente, mas é uma possibilidade.



O mito da “mãe-geladeira” já estava morto. Agora você o enterrou de vez?
Eu espero que sim. Você fala que já estava morto, mas tem alguns pais que vêm falar comigo e ainda revelam esse tipo de atitude, de que as outras pessoas sugerem que o problema foi causado por eles, ou mesmo a família que acha que os pais foram descuidados com a criança em algum momento. Eu não sei até que ponto isso estava realmente morto. Mas de qualquer forma espero que eu ajude a enterrá-lo de vez!




Aqui no Brasill, você acha que teria chegado aos mesmos resultados?

No Brasil ainda é preciso de muito investimento nessa área. Temos essa colaboração com a equipe da USP, através da Karina Oliveira e da Patrícia Beltrão Braga, e com isso estamos tentando transferir essa tecnologia para o Brasil.



Quanto tempo levou todo o trabalho, da ideia aos resultados? E quantas pessoas tem sua equipe.

De três a quatro anos, focados somente nisso. Nossa equipe hoje tem 12 pessoas. Mas optamos por trabalhar com outras pessoas que entendiam melhor de algumas técnicas, para que o trabalho andasse mais rápido e não ficássemos reinventando a roda. Portanto a equipe chegou a ter 20 pessoas.




Qual foi o ápice da sua descoberta? Quando você disse “Eureka, descobri”!

Fizemos a diferenciação dos neurônios, entre o grupo controle e o grupo afetado [com autismo] e começamos a olhar no microscópio para ver se entre eles havia alguma coisa diferente. E ao olhar só no microscópio, não se percebe facilmente nenhuma diferença, são basicamente iguais. E a sinapse é invisível, você tem que criar uma forma de fazer com que ela fique fluorescente para conseguir visualizar num microscópio de fluorescência. Mas algo que eu já tinha notado era o tamanho reduzido dos neurônios. Apesar de [a diferença] ser de 10% na redução no diâmetro, considerando uma estrutura tridimensional (volume ao cubo), é uma diferença grande. Aí eu mostrei a uma pessoa [da equipe], que não visualizou diferença alguma no início. Eu disse “compare os tamanhos”. E nada. E eles não sabiam qual era o grupo controle e qual o afetado. Mostrei pra outra pessoa, que disse que o tamanho de um dos grupos parecia ser um pouco menor. E outro também, e mais outro. Aí comecei a acreditar. Medimos centenas de neurônios e vimos que realmente havia diferença. Por mais simples que seja, essa foi a primeira diferença. E eu falei: “Nossa, acho que estamos recapitulando o que está acontecendo [no cérebro das pessoas com Síndrome de Rett]. E já havia a análise de cérebro post-mortem apontando para essa possibilidade. Partimos para investigar outras coisas. Mas acho que esse foi o melhor momento. Você conseguir ver no microscópio e falar para os colegas, que não estavam sabendo nada do que estava acontecendo, e eles confirmarem. Acho que foi meu momento de “eureka”.



Fazendo um trocadilho, foi  esse o momento em que você viu uma luz no fim do microscópio?

Exatamente. (risos)




E qual é o próximo passo da pesquisa?

Eu tenho uma postura de não falar de coisas ainda não publicadas, mas o que eu posso adiantar para você é que estamos trabalhando com pessoas que foram diagnosticadas com autismo clássico. E o que estamos vendo é que, apesar da heterogeneidade que observamos nesses neurônios, existem alguns deles que seguem vias parecidas com a Síndrome de Rett, por exemplo.
O que estamos tentando entender é se não descobrimos vias moleculares comuns a um determinado grupo de crianças autistas. E esse tipo de análise ajuda a eliminar um pouco dessa heterogeneidade, permitindo buscar drogas que sejam mais específicas para determinadas situações, determinados grupos.


Então você pode conseguir encontrar uma droga específica para Sindrome de Rett e outra droga específica para autismo clássico, por exemplo?

Isso é uma possibilidade, exatamente. A alternativa é que drogas que funcionem pra síndrome de Rett, também atuem no autismo clássico.



E você já conseguiu ver diferenças morfológicas nos neurônios com autismo clássico também?

Com certeza, temos dados preliminares apontando nessa direção.




Então isso demitifica essa confusão de que sua experiência é com Síndrome de Rett e que foi usado o nome de autismo equivocadamente por ser a síndrome mais conhecida?

Exatamente, acho que não é por aí. Creio que essa discussão [de Síndrome de Rett estar ou não dentro do espectro autista] é bem mais  restrita à parte clínica. Médicos que gostam de categorizar cada doença e colocar numa gavetinha: isso aqui é Síndrome de Rett, isso aqui é autismo... Só para você ter uma ideia, aqui há um casal, cujos filhos são os pacientes. A filha foi diagnosticada com Síndrome de Rett  e o menino tem autismo clássico. Decidimos sequenciar o gene, para ver qual é a mutação, pois já sabíamos que devia ser o gene da Síndrome de Rett e [quando analisamos] também pegamos a mutação [do mesmo gene] no menino. Ou seja, por alguma razão, os dois têm a mesma mutação [no mesmo gene], mas em um está causando Síndrome de Rett e no outro, autismo clássico. Nos meninos a Síndrome de Rett é muito dramática, a criança quase não sobrevive. E esse menino está lá, somente com sintomas de autismo, nada de sintomas característicos de Rett. Isso é intrigante e revelador.




Então podem ser doenças com origens iguais, porém o cérebro reage de maneira diferente em cada um?

Exatamente. E isso na academia, no ambiente científico, interpreta–se normalmente. É o mesmo gene causando duas doenças diferentes. Ou se comportando de forma diferente em dois organismos. E tudo bem. Mas quando você vai para a parte clínica, um tem Síndrome de Rett e o outro tem autismo. Facilita o diagnóstico, mas não elimina o fato de que pessoas com genéticas distintas se comportam de maneira diferente na presença de uma mesma mutação. É hora de perdermos o preconceito clínico e integrarmos a genética aos estudos comportamentais. As associações de pacientes nos EUA já se conscientizaram que tratamentos ou a eventual “cura” do autismo virão através das síndromes mais raras, como Rett. Por isso mesmo, elas abraçam a causa dessas síndromes também, e financiam a pesquisa nessa direção. Nisso, parece que os EUA estão com a mente mais aberta, são mais receptivos a esse ponto de vista.



Posso dizer que foram injustos os que julgaram o uso da palavra autismo como uma estratégia sua para ganhar espaço na mídia?

Sim, não faz o menor sentido. Pra que eu gostaria de ter espaço na mídia brasileira? Nem vivo no Brasil, não tenho verba de lá. São doenças complexas e, independente da experiência clínica que se tem, são observadas e classificadas de formas diferentes. No resto do mundo essa discussão está restrita a alguns médicos. O autismo é um espectro de doenças, não uma doença única. A síndrome de Rett é parte desse espectro e vai ajudar a entender muitas outras doenças.




Por ter tido essa facilidade e trabalhado primeiro com Rett, você acredita que a cura para essa doença virá primeiro ou você acredita que será uma cura só para a maioria do espectro autista?

Uma das drogas que testamos em Rett já havia sido testada em camundongos que simulam a síndrome. E havia causado uma melhora no animal, por isso usamos essa droga, o IGF-1. E mesmo no camundongo, sabíamos que a droga não estava cruzando a barreira hematoencefálica de forma eficiente, que permite a entrada da molécula no cérebro, penetrando muito pouco.  Após a publicação do nosso trabalho, várias indústrias farmacêuticas me procuraram, querendo modificar essa molécula, de uma forma que ela penetre melhor no cérebro.  A droga já está sendo testada em um ensaio clínico nos EUA para síndrome de Rett (http://clinicaltrialsfeeds.org/clinical-trials/show/NCT01253317).



E no caso do Autismo Clássico?
O ensaio clínico para Rett, se andar conforme o esperado, vai com certeza ser estendido para outras doenças do desenvolvimento, inclusive outras síndromes do espectro autista. No caso do autismo clássico, eu preferiria achar vias comuns de alguns subgrupos, porque assim poderíamos pensar em quais drogas seriam as mais apropriadas. Enquanto não descobrirmos essas vias comuns, fica difícil prever e cada caso pode ser um caso distinto. Aliando esse tipo de abordagem celular com o sequenciamento do genoma do indivíduo, podemos correlacionar as anormalidades neuronais com variações genéticas, buscando drogas que atuem naquele caso. É a medicina personalizada e cada caso vai ser um caso.




Você disse numa entrevista que vai continuar a pesquisa de forma independente. O que isso significa exatamente?

Eu já consegui uma verba do governo da Califórnia, que logicamente nem se compara a uma verba que viria de uma indústria farmacêutica, mas será usada para tentar otimizar esse procedimentos.  Temos 20 pessoas envolvidas, e levamos 3 a 4 anos para todo o trabalho [com Rett], testando. E apenas focamos duas drogas. O que queremos fazer agora é ampliar para milhares de drogas. Isso tem que ser feito numa escala maior, o que não é muito fácil. A indústria muitas vezes não tem tanto interesse enquanto o processo não estiver otimizado. Tentarei fazer isso dentro da universidade, onde talvez leve mais tempo, porém  fico independente.


Neste caso a patente fica com você, no caso da descoberta da droga da cura?

A patente fica com a universidade, que pode licenciá-la a indústrias que tenham interesse.



Com o caminho que você encontrou para uma possível cura, você acredita que aumentarão os investimentos em pesquisas relacionadas ao autismo? Haverá uma explosão de investimentos?

Só pela quantidade de e-mails de pesquisadores do mundo todo que já recebi, sei que todos vão começar a estabelecer um sistema parecido com o que utilizei. E o fato de termos feito isso com Síndrome de Rett e agora com Autismo Clássico vai mostrar que o caminho está aberto. Sei de pelo menos outros dez grupos que já se entusiasmaram e vão começar a fazer um trabalho parecido. É o começo de uma revolução. Aí podem dizer “Ah, mas agora você vai sofrer uma grande competição” e eu respondo “Não me importo, competição é algo bom, pois são mais pessoas pensando no problema”. E mais pessoas vão começar a pedir mais dinheiro para as agências de fomento para investir em autismo. É um ciclo: mais pesquisadores, mais exigência para fundos, e quem sabe, a cura vem mais rápido.




Qual é o interesse da indústria farmacêutica em uma droga para o autismo?

Com essas estatísticas impressionantes, com quase 1% das crianças sendo diagnosticadas [no espectro autista], entendo que o interesse seja grande. Ou por uma droga que cure, ou uma droga de uso contínuo que traga melhorias.



Como você imagina que seria esse medicamento? Algo simples de uso oral?

Possivelmente uma pílula, por via oral.




Qual é sua previsão para quando teremos essa droga?

É prematuro dizer. Se tiver que dar uma estimativa nada precisa, levaremos 5 anos para achar as vias comuns de pacientes com autismo e mais 5 anos para desenvolver essa droga em escala industrial. E mais alguns anos em ensaios clínicos para mostrar que não há efeitos colaterais e testar sua eficácia. Podemos falar em 10 anos. O que eu gosto de imaginar também, de forma cautelosa, lógico, é que a ciência muitas vezes dá saltos. Você não espera, mas amanhã se pode descobrir algo novo que possa acelerar esse processo absurdamente. A própria descoberta do Yamanaka (células IPS) acelerou muito a pesquisa. Eu achava que meu trabalho levaria pelo menos 10 anos até conseguir encontrar uma forma de capturar o genoma de uma criança autista numa célula pluripotente. E esse cara, ao desenvolver essa técnica, permitiu que eu fizesse o trabalho em apenas três anos. A ciência dá saltos. Eu não perderia as esperanças.



O Yamanaka foi uma espécie de “catalisador” no seu trabalho?
Exatamente. Penso que ele vai levar um Prêmio Nobel em algum momento.




Há mais algum outro trabalho seu de impacto, fora dessa área, a ser publicado?

Por enquanto meu foco está só nisso, que já dá bastante trabalho (risos). Agora estamos voltados a esses pacientes com autismo clássico e procurando vias moleculares comuns em alguns casos. Nosso trabalho com a Karina [da equipe da USP] está andando muito bem e acho que será o próximo trabalho com impacto a ser publicado.


Você tem previsão de quando será publicado seu trabalho específico com autismo clássico?

Em algum momento do ano que vem [2011 - esta entrevista foi feita em dezembro de 2010], mas a publicação cientifica pode ser demorada. Outros cientistas que julgam nosso trabalho podem pedir controles extras, outros experimentos, etc., atrasando a publicação. É chato às vezes, mas faz parte da ciência. É esse rigor científico que dá credibilidade ao pesquisador.



Você sabe de algum outro trabalho de impacto na área do autismo?

Diversas pessoas me escreveram, querendo os protocolos, como fazemos a diferenciação, para aplicar a outras doenças. Desde Mal de Alzheimer a [Mal de] Parkinson. Na academia é difícil saber, mas aqui na Universidade da Califórnia, [as pesquisas] com as quais eu colaboro, estão bem interessadas em Alzheimer, e estou fazendo essa análise de sinapses também, pois existem evidências fortes apontando pra isso. Esquizofrenia também sei que há alguns grupos que já me escreveram. Se eu tivesse que apostar, diria que essas três doenças vão aparecer com novidades no próximo ano [2011].



E grupos de autismo?

Não sei de nenhum grupo em andamento. Sei de muitos que irão começar.




Sabe-se que o uso de vitamina B6 traz uma melhora aos neurotransmissores. Mas a ciência ainda não conseguiu explicar o porquê. Você vê alguma relação disso com seu trabalho?

De cabeça, eu não saberia fazer nenhuma correlação. Mas, quando se coloca vitaminas nas estruturas neuronais, em geral, você melhora o desempenho dos neurônios. Não sabemos exatamente o porquê. Há alguns experimentos com vitamina A, que estimulam a maturação neuronal. Porém, todo o mecanismo por trás disso ainda é um enigma.




Como você tem lidado com essa fama mundial que explodiu na sua vida?

Tento viver um dia a cada dia e não me empolgar muito com isso. Sei, primeiro, que estamos longe de fazer algo de impacto. Minha busca é realmente por melhorar o paciente. E não consegui chegar nisso ainda. Sei que eu trouxe esperança para algumas famílias e para mim também. Agora sabemos que é possível consertar sinapses em neurônios humanos e é por aí que eu vou.  E não acho que estou mundialmente famoso, apenas houve um impacto maior no Brasil, por eu ser brasileiro.



Mas na área do autismo você ficou sim, mundialmente famoso.
Sim, mas ainda há muitos críticos me dizendo “Ah, você corrigindo um neurônio em cultura, numa plaquinha, não é nada. Como é que você vai extrapolar isso para o cérebro?”. E é verdade! Mas consertando um neurônio, consertam-se todos. Não tínhamos isso antes.


O Yamanaka também sofreu esse descrédito quando apresentou seu trabalho de células IPS, não foi?
Exatamente. Aliás, ele é um que adorou esse meu trabalho. E me disse que jamais imaginou que os frutos da sua descoberta estariam aparecendo tão rápido.



Qual havia sido sua descoberta mais importante antes desta?
Foi outra coisa maluca: os genes saltadores que temos no cérebro, que são “pedaços” de DNA que ficam se movendo no genoma. Algo que já sabíamos que acontecia, mas que ninguém havia mostrado no sistema nervoso. E, em algumas situações, como a Síndrome de Rett, acontece muito mais, talvez contribuindo de uma forma completamente inesperada para os sintomas da doença.



Você tem a exata noção do quão grande pode se tornar essa sua descoberta?

Acho que não (risos). Penso que poderá se tornar grande se acabarmos descobrindo melhores drogas e elas entrarem para ensaios clínicos.



Mas essa ficha caiu em você?
Não. Eu continuo indo para o microscópio, olhando para os neurônios e só penso nisso (risos).



Agora tenho as seis próximas questões mais técnicas, enviadas por Murilo Queiroz, um pai de um garoto autista, que tem um bom conhecimento sobre ciência. Vamos a elas:
Esses genes saltadores são mais ativos em Síndrome de Rett. Faz sentido dizer que isso vai além da genética tradicional, levantando questões sobre perfis de expressão genética, redes regulatórias e especialmente a epigenética?
Lógico. É por aí mesmo que estamos indo. São exatamente essas implicações, uma vez que esses genes saltadores, os transpósons, ficam se movendo e, cada vez que eles se inserem num genoma, o fazem perto de um gene e acabam afetando a atividade daquele gene. E fazendo isso em cada neurônio, pode ser que desregulem as redes do sistema. Essa é a nossa teoria.



A hipótese do autismo causado pela epigenética tem um grande apelo junto ao público leigo e explicaria três fatores: o aumento no número de diagnósticos nas últimas décadas; a dificuldade de se encontrar modificações genéticas do autismo apesar do caráter hereditário ser muito claro; e como o estresse ambiental poderia desencadear o autismo mesmo sem histórico familiar. Essa linha de raciocínio é a mesma das pesquisas recentes que associam TDAH a modificações epigenéticas oriundas da exposição a pesticidas organofosforados. O que você acha dessa hipótese?

Acho essa ideia das modificações epigenéticas é válida e gosto bastante. E isso está no meu radar. Um dos passos de agora é olhar para essas modificações epigenéticas nesses neurônios que temos, e vermos se conseguimos descobrir se há algo em comum aí. Portanto não descarto isso de forma alguma.




Institutos de pesquisas chineses oferecem hoje supostos tratamentos para autismo baseados no uso de células tronco e transplante de medula óssea. Você acha que a China está mesmo muito à frente ou isso está mais para charlatanismo?

Está mais para charlatanismo. Não que o ocidente ignore a China, mas tentaram reproduzir alguns trabalhos publicados e nunca conseguiram. E nessas clínicas menos rigorosas, nunca usam controles, nunca publicam os resultados. E isso tem de ser feito de forma controlada, verificando que realmente as terapias estariam tendo algum efeito. Porém, o mais importante, é a falta de uma motivação, uma base científica. Isso não é mostrado. Parece que são dados “jogados”. Como um transplante de medula óssea vai melhorar o autismo? Eu não consigo entender isso. Então, sem essa base, fica difícil formular hipóteses para testar sua teoria.



Qual você acha que será o cenário após uma possível cura? O paciente terá de aprender tudo de novo, como no livro “The Speed of Dark”, de Elizabeth Moon (vencedora do prêmio Nebula de 2003), em que o personagem se torna, após a cura do autismo com tratamento genético, uma pessoa completamente diferente, inclusive com outros gostos e interesses? Esse parece um cenário plausível para daqui a 20 ou 30 anos?

Não faço ideia.




Você usou no seu experimento com Rett as drogas IGF-1 e a gentamicina, que são tóxicas e não passam a barreira hematoencefálica. Ainda assim, muitos o citaram para defender que modificações ambientais simples, como a dieta sem glúten e sem caseína, ou suplementos alimentares, reduziriam os sintomas do autismo. Comparadas a sofisticadas terapias genéticas, seria o côncavo e o convexo. Qual é o caminho, o laboratório ou essas simples abordagens “naturalistas”.

Acho as duas abordagens válidas. Uma vez que temos o sistema de neurônios em cultura, vamos testar uma série de coisas. Podemos colocar água suja lá e ver se eles melhoram. Se melhorarem, talvez essa seja uma terapia. Você não precisa necessariamente saber o que a droga está fazendo. Para você fazer isso em escala industrial, passar por órgãos reguladores, como o FDA (órgão estadunidense), e virar uma terapia no mercado é preciso ter um mecanismo de ação. Ou seja, é preciso explicar como a sua droga está melhorando o neurônio. Então, quando colocam no mercado suplementos alimentares, se você não consegue explicar, mesmo que tenha uma melhoria, as agências que regulamentam vão implicar com você. Se você não sabe o que está acontecendo como você vai seguir com isso? Aí há essa ideia de se fazer os preclinical trials (testes pré-clínicos), que seria testar os efeitos colaterais em pessoas saudáveis, em cobaias. Então, se aquela água suja funcionou e não causou nenhum efeito colateral em nenhuma pessoa, tudo bem e você pode até seguir em frente com isso. É o caso da Aspirina, que até hoje não sabemos como funciona realmente, mas está aí no mercado. Se alguém descobrisse a Aspirina hoje, ela possivelmente não iria para o mercado, pois não há um mecanismo de ação elucidado. A vantagem de utilizar drogas específicas é que você sabe exatamente onde está o problema e o que está acontecendo.  É mais rigoroso, é mais lento, mas é mais seguro.



O tratamento de autismo em todo o mundo, inclusive no Brasil, é muito conflitante. Defensores da medicina baseada em evidências dizem que a única coisa a se fazer é um tratamento estritamente comportamental (ABA, terapia ocupacional, musicoterapia) e fonoterapia. De outro lado, há defensores de inúmeros tratamentos chamados “alternativos”, alguns até mesmo sem estudos conclusivos que demonstrem sua eficácia. Pelo seu conhecimento a respeito dos mecanismos relacionados ao espectro autista, qual sua opinião sobre essa discussão?

Tenho pouquíssima experiência nessa área. O que sei vem de conversas com pais e pacientes. A meu ver, as respostas são muito individuais. O que funciona muito bem para um, não funciona tão bem para outro. Isso só revela quão heterogêneos são os pacientes, e quão complexo é o cérebro humano, que não responde de forma idêntica aos mesmos estímulos. Agora, se eu estivesse na sua situação, e meu filho estivesse no espectro autista, eu acho que tentaria também.




Me fale mais sobre você. Qual é sua idade?
Tenho 36 anos, sou de 22 maio de 1974.



Você é biólogo molecular ou é neurocientista?
Comecei minha carreira como biólogo molecular, fui estudar câncer e depois entrei de cabeça nas células-tronco para estudar o desenvolvimento do cérebro, portanto acho que atualmente posso ser considerado um neurocientista.



Você surfa. No que esse esporte ajuda nos seus insights?
Tem um aspecto terapêutico para mim. Um ambiente competitivo às vezes é muito tenso e você gasta muito intelectualmente, fica muito no computador. Aqui em San Diego é lindo, com o mar cheio de peixes, golfinhos passando e isso dá um reset no cérebro. Fazendo [surf] regularmente me mantenho mais equilibrado e meu dia é mais fácil.



E Ioga?
Vai na mesma direção. É que tem dias que não tem onda, aí vou fazer ioga (risos).



No Brasil, para qual time de futebol você torce?
Sou Palmeirense.



Ninguém é perfeito né?! (risos)
(Muitos risos) Mas eu não acompanho muito futebol.



Desde quando você mora nos EUA?
Vim pra cá em 2002, com uma bolsa de 2 anos. E na carreira de cientista, principalmente na fase inicial, não há certezas. Essa história dos transpósons atraiu muita curiosidade das universidades americanas e fui convidado para ficar mais tempo. Acabei me envolvendo mais e mais com a ciência. Apesar da falta dos amigos, familiares e do Brasil, sou um cientista e é aqui que eu consigo fazer ciência de impacto. Então decidi ficar.



Pretende voltar para o Brasil?
Não me vejo aqui para o resto da minha vida, talvez um dia eu volte. Mas agora estou no momento mais criativo da minha carreira e preciso do melhor ambiente possível.



Você tem alguma ligação pessoal com o autismo?
Eu só conheci pessoas com autismo aqui nos EUA. Eu sempre tive interesse no espectro autista e em como algumas pessoas tinham habilidades muito acima da média, em como o cérebro humano permitia esse tipo de variação



Você sempre trabalhou no meio acadêmico?
Sempre. Entrei na faculdade e não saí mais.



O que te motiva no seu trabalho?
Essa possibilidade de ajudar alguém. Essa minha decisão de ir para a ciência. Houve um momento em que eu estava em dúvida entre fazer Medicina ou Biologia. E a Biologia foi minha escolha, porque conseguiria atingir mais pessoas.


Você já recusou aí algum convite tentador?
Tive alguns convites interessantes. Nas duas costas [dos EUA] que mais me atraíam eu tive oportunidades de ir. Por exemplo Harvard em Boston e Columbia em Nova York. Visitei todas elas, gostei muito, mas nenhum desses lugares bateu San Diego, justamente por coincidir a ciência de alta qualidade com a qualidade de vida. Nenhum outro lugar do mundo tem isso.



Então você fez a conta: laboratório + golfinhos = qualidade de vida?
Exatamente (muitos risos).



Há outros dois profissionais brasileiros em sua equipe, a Carol Marchetto e o Cassiano Carromeu. O que você diz deles?
Ambos são profissionais excelentes. A Carol conheci ainda na USP e é uma grande companheira de trabalho e de vida e nos damos muito bem. E o Cassiano entrou num momento em que eu estava precisando de ajuda, veio do Instituto de Ciências Biomédicas da USP, onde eu tinha terminado meu doutorado. Ambos são muito talentosos e sou grato por trabalhar ao lado deles.



Se alguém me perguntar “Quem é esse tal de Alysson Muotri”, o que eu respondo?
Boa pergunta essa (risos). Nem eu sei (risos). É um cara que está tentando ajudar algumas pessoas e que tem um interesse pela ciência e acha que esse é um caminho pelo qual conseguiria realizar esse sonho.
* Texto publicado na Revista Autismo, edição de abril/2011.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Benefícios para Autistas

BENEFÍCIOS PARA AUTISMO
Por Michele Senra

Isenção de IPI/IOF para Portadores de Deficiência e Autistas

QUEM PODE REQUERER
As pessoas portadoras de deficiência física, visual, mental severa ou profunda, ou autistas poderão adquirir.
A condição de pessoa portadora de deficiência mental severa ou profunda, ou a condição de autista, será atestada conforme critérios e requisitos definidos pela Portaria Interministerial SEDII/MS nº 2, de 21 de novembro de 2003.
UTILIZAÇÃO DA ISENÇÃO DO IPI
O benefício poderá ser utilizado uma vez a cada 03 (três) anos, sem limites do número de aquisições.
A aquisição do veículo com o benefício fiscal por pessoa que não preencha as condições estabelecidas na Instrução Normativa SRF n° 375/03 assim como a utilização do veículo por pessoa que não seja o beneficiário portador de deficiência, salvo a pessoa por ele autorizada, sujeitará o adquirente ao pagamento do tributo dispensado, acrescido de juros e multa, nos termos da legislação vigente, sem prejuízo das sanções penais cabíveis.
A isenção do IPI para deficientes não se aplica às operações de arrendamento mercantil (leasing).
O IPI incidirá normalmente sobre quaisquer acessórios opcionais que não constituam equipamentos originais do veículo adquirido.
UTILIZAÇÃO DA ISENÇÃO DO IOF
São isentas do IOF as operações financeiras para aquisição de automóveis de passageiros de fabricação nacional de até 127 HP de potência bruta para deficientes físicos. Atestadas pelo Departamento de Trânsito onde residirem em caráter permanente, cujo laudo de perícia médica especifique o tipo defeito físico e a total incapacidade para o requerente dirigir veículos convencionais.
A Isenção do IOF poderá ser utilizado uma única vez
PRAZO DE UTILIZAÇÃO DO BENEFÍCIO
O benefício somente poderá ser utilizado uma vez a cada três anos, sem limite do número de aquisições.
DOCUMENTAÇÃO NECESSÁRIA
1) Requerimento ( Anexo I da IN 375/03 ), em três vias originais, dirigido ao Delegado da Delegacia da Receita Federal (DRF) ou ao Delegado da Delegacia da Receita Federal de Administração Tributária (Derat) da jurisdição do contribuinte;
2) Declaração de Disponibilidade Financeira ou Patrimonial do portador de deficiência ou autista, apresentada diretamente ou por intermédio de representante legal, na forma do Anexo II da IN 375/03, compatível com o valor do veículo a ser adquirido;
3) Laudo de Avaliação, na forma dos Anexos VII, VIII ou IX, emitido por serviço médico oficial da União, Estados, Distrito Federal ou Municípios ou por unidade de saúde cadastrada pelo Sistema Único de Saúde (SUS);
4) Para Isenção de IOF declaração sob as penas da lei de que nunca usufruiu do benefício;
5) Certificado de Regularidade Fiscal ou Certidão Negativa de Débitos expedida pelo Instituto Nacional de Seguridade Social - INSS ou ainda declaração do próprio contribuinte de que é isento ou não é segurado obrigatório da Previdência Social;
6) Cópia da Carteira de Identidade do requerente e/ou do representante legal;
7) Cópia da Carteira Nacional de Habilitação do adquirente ou do condutor autorizado.
8) Certidão Negativa da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional - PGFN.


OBS.: 1) Caso o portador de deficiência, beneficiário da isenção, não esteja capacitado para dirigir, o veículo deverá ser dirigido por condutor autorizado pelo requerente, conforme identificação constante do Anexo VI da IN 375/03, que deve ser apresentada com a documentação acima.
2) Para fins de comprovação da deficiência poderá ser aceito laudo de avaliação atestando a existência e o tipo de deficiência, obtido junto ao Departamento de Trânsito (Detran).
3) Na hipótese de emissão de laudo de avaliação por clínica credenciada pelo Detran ou por unidade de saúde cadastrada pelo SUS, deverá ser indicado no próprio laudo o ato de credenciamento junto ao Detran ou o número do cadastro no SUS.

Outras informações você encontra no site abaixo: 
Fonte: http://www.receita.fazenda.gov.br/GuiaContribuinte/IsenIpiDefiFisico.htm
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  Amparo assistencial do INSS para autistas
O QUE É

É UM BENEFÍCIO DE 01 (UM) SALÁRIO MÍNIMO MENSAL PAGO ÀS PESSOAS IDOSAS COM 65 (SESSENTA E CINCO) ANOS OU MAIS, CONFORME O ESTABELECIDO NO ART. 34 DA LEI Nº 10.741, DE 1º DE OUTUBRO DE 2003 - O ESTATUTO DO IDOSO, E ÀS PESSOAS PORTADORAS DE DEFICIÊNCIA INCAPACITADAS PARA A VIDA INDEPENDENTE E PARA O TRABALHO. ESTÁ PREVISTO NO ARTIGO 2º, INCISO IV, DA LEI ORGÂNICA DA ASSISTÊNCIA SOCIAL - LOAS (LEI Nº 8.742 DE 07 DE DEZEMBRO DE 1993) E REGULAMENTADO PELO DECRETO Nº 1.744, DE 08 DE DEZEMBRO DE 1995 E PELA LEI Nº 9.720, DE 20 DE NOVEMBRO DE 1998 E ESTÁ EM VIGOR DESDE 1º DE JANEIRO DE 1996. COMPETE AO MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO SOCIAL E COMBATE À FOME (MDS) E AO INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL (INSS), A SUA OPERACIONALIZAÇÃO.
OBJETIVO

PÚBLICO-ALVO

IDOSOS COM 65 ANOS OU MAIS E PESSOAS PORTADORAS DE DEFICIÊNCIA INCAPACITADAS PARA O TRABALHO E PARA A VIDA INDEPENDENTE. EM AMBOS OS CASOS, A RENDA FAMILIAR PER CAPITA DOS BENEFICIÁRIOS TEM DE SER INFERIOR A ¼ DO SALÁRIO MÍNIMO.

COMO FUNCIONA

1- SOLICITAR AO INSS, POR MEIO DE REQUERIMENTO PRÓPRIO, QUE DEVE SER PREENCHIDO E ASSINADO PELO REQUERENTE RESPONSÁVEL LEGAL;
2- DECLARAR, EM FORMULÁRIO PRÓPRIO, A COMPOSIÇÃO DO GRUPO FAMILIAR E COMPROVAR RENDA INFERIOR A 1/4 DO SALÁRIO MÍNIMO MENSAL POR PESSOA DA FAMÍLIA;
3- NO CASO DAS PESSOAS PORTADORAS DE DEFICIÊNCIA, TER A SUA CONDIÇÃO DE INCAPACITADA PARA A VIDA INDEPENDENTE E PARA O TRABALHO ATESTADA PELA PERÍCIA MÉDICA DO INSS;
4- OS PORTADORES DE DEFICIÊNCIA DEVERÃO AGUARDAR A CONVOCAÇÃO DO INSS PARA A REALIZAÇÃO DA PERÍCIA MÉDICA;
5- O REQUERIMENTO, ACOMPANHADO DA DOCUMENTAÇÃO, DEVERÁ SER ENTREGUE NOS POSTOS DO INSS OU NOS LOCAIS AUTORIZADOS;
6- PORTADORES DE DEFICIÊNCIA E IDOSOS DEVERÃO AGUARDAR A COMUNICAÇÃO PELO INSS, DA CONCESSÃO OU NÃO DO BENEFÍCIO.[
CONCEDIDO ATRAVÉS DO INSS OU A UMA SÉC DE ASSISTÊNCIA SOCIAL OU CONGÊNERE A PARTIR DISSO, PODE-SE SER FEITO O REQUERIMENTO POR FOMULÁRIO (INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO – PARA PODER REQUERER O BENEFÍCIO) ASS. SOCIAL FAZ UMA VISITA PARA VER SE ELE VAI CORRESPONDER AO BENEFÍCIO. O FORMULÁRIO ENVIADO AO INSS E COMEÇA A RECEBER O BENEFÍCIO APÓS O RECEBIMENTO DE UM CARTÃO.


PRÉ-REQUISITOS

A PESSOA PORTADORA DE DEFICIÊNCIA DEVE COMPROVAR QUE:
- É PORTADORA DE DEFICIÊNCIA E ESTÁ INCAPACITADA PARA O TRABALHO E PARA A VIDA INDEPENDENTE;
- O TOTAL DE SUA RENDA MENSAL E DOS MEMBROS DE SUA FAMÍLIA, DIVIDIDO PELOS INTEGRANTES, SEJA MENOR QUE UM QUARTO DO SALÁRIO MÍNIMO VIGENTE.


DOCUMENTOS

SÃO NECESSÁRIOS OS SEGUINTES DOCUMENTOS:
- IDENTIDADE DO REQUERENTE E DE SEUS FAMILIARES.
- COMPROVAÇÃO DE RENDA DA FAMÍLIA.
- COMPROVANTE DE RESIDÊNCIA.

NÃO É NECESSÁRIO QUE O SOLICITANTE JÁ TENHA CONTRIBUÍDO PARA A PREVIDÊNCIA SOCIAL, MAS ATENÇÃO:
- CONSIDERA-SE RENDA TODO E QUALQUER RECEBIMENTO, TAIS COMO: SALÁRIOS, RENDIMENTOS DE AUTÔNOMOS, PRESTAÇÃO OU VENDA DE BENS E SERVIÇOS, ALUGUÉIS, PENSÕES, BENEFÍCIOS E OUTRAS;
- ESPECIFICAMENTE NOS CASOS DE REQUERIMENTO DE BENEFÍCIOS PARA IDOSOS, AS RENDAS PROVENIENTES DE OUTROS BENEFÍCIOS JÁ CONCEDIDOS A IDOSOS NA MESMA FAMÍLIA NÃO SÃO CONSIDERADAS PARA EFEITOS DO CÁLCULO DA RENDA FAMILIAR PER CAPITA ;

- SÓ SÃO CONSIDERADOS INTEGRANTES DA MESMA FAMÍLIA:
A) O REQUERENTE, OS PAIS E OS IRMÃOS MENORES DE 21 ANOS OU INVÁLIDOS;
B) O REQUERENTE O MARIDO, ESPOSA E FILHOS MENORES DE 21 ANOS OU INVÁLIDOS QUE VIVAM SOB O MESMO TETO, E OS EQUIPARADOS A ESSAS CONDIÇÕES;

- SITUAÇÃO DE SEPARAÇÃO, DIVÓRCIO OU SIMILARES DEVERÃO SER COMPROVADAS COM DOCUMENTOS;
- REQUERIMENTOS POR PROCURAÇÃO, RESPONSÁVEIS POR MENORES OU SOB TUTELA E CURATELA DEVERÃO SER ACOMPANHADOS DA DOCUMENTAÇÃO LEGAL.
- NO CASO DE PORTADOR DE DEFICIÊNCIA, A CONDIÇÃO DE INCAPACIDADE PARA O TRABALHO E PARA A VIDA INDEPENDENTE DEVE SER ATESTADA PELA PERÍCIA MÉDICA DO INSS.


ONDE REQUERER O BENEFÍCIO

O PORTADOR DE DEFICIÊNCIA DEVE PROCURAR A AGÊNCIA DO INSS MAIS PRÓXIMA DE SUA CASA E SOLICITAR O BENEFÍCIO.
MAIS INFORMAÇÕES NO SITE www.mds.gov.br
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  RioCard Especial: condução para autistas com acompanhantes

Veja, a seguir, os passos para a emissão do Passe Livre.
1º Passo:
Art.17 - Para os efeitos desta Lei, considera-se deficiente a pessoa portadora de pelo menos uma das seguintes condições:
 - deficiência mental (no caso de autismo entra aqui) - funcionamento intelectual significativamente inferior à média, com manifestação antes dos dezoito anos e limitações associadas a duas ou mais áreas de habilidades adaptativas, tais como:
a) comunicação;
b) cuidado pessoal;
c) habilidades sociais;
d) utilização da comunidade;
e) saúde e segurança;
f) habilidades acadêmicas;
g) lazer; e
h) trabalho.
2º Passo:
  • Caso esteja enquadrado em alguma das condições apresentadas acima, então, dirigir-se a um dos postos de cadastramento, conforme descrito abaixo, munido dos seguintes documentos:
    • o Documento de Identificação (Identidade, Certidão de Nascimento ou CPF);
    • Atestado médico fornecido por instituição Pública Municipal, Estadual,Federal ou rede credenciada do SUS (Sistema Único de Saúde) contendo CID-10 (código da Doença);
    • Comprovante de residência.
  • O Atestado para ser aceito deve: Ser original, ou cópia autenticada;
    • Ter o carimbo e assinatura do médico;
    • Ser legível e ter o CID-10;
    • Declarar, quando necessário, se faz tratamento continuado.
Relação dos Postos de Cadastramento do Passe Livre:

Coordenadoria Regional:


- Praça Marechal Hermes, 02 - Santo Cristo
Tel:  2283-1591
- Rua São Salvador, 56 - Laranjeiras  Tel.: 2205-0247
- Rua Visconde de Santa Isabel, 34 - Vila Isabel Tel.: 2576-2021
- Rua Vinte e Quatro de Maio, 931 - Méier Tel.: 2501-0314
- Rua Professor Lacet, 57 - Ramos Tel.: 2573-8640
- Rua Barão da Taquara, 09 - Praça Seca Tel.: 2452-1722
- Praça José Eusébio, s/nº - Campo Grande Tel.: 3394-4469
- Rua Lopes Moura, 46 - Santa Cruz Tel.: 3395-4410
CEMASI's:

- Est. dos Maracajás, 973 - Ilha do Governador
Tel: 3393-3058
- Rua Leopoldo Bulhões, 800 - R.6 QD 6 CASA 37 - Benfica
- Rua Taperoá, 308 - Bairro Caracol - Penha Tel.: 3887-2109
- Avenida dos Magistérios, s/nº - Praia da Rosa Tel.: 3393-9928
- Rua Capitão Aliatar Martins, 211 - Irajá Tel.: 3013-1784
- Rua Nei Vidal, 43 - Guadalupe Tel.: 2489-4299 
- Rua Noruega, 21 - Costa Barros
- Rua Manoel Machado, s/nº - Vaz Lobo Tel.: 2489-2143
- Rua da Jaqueira, 44 - Coelho Neto Tel.: 2471-0571
- Rua Oliveira Braga, nº 211 - Realengo Tel.: 2401-5507
- Rua Calixto, s/nº  - Deodoro Tel.: 2457-4193
- Travessa Santa Terezinha, s/nº 1 - Vila Vintém Tel.: 3331-1367
- Rua Celso Gilberto de Oliveira, s/nº 1 - Praça Edson Costa - Senador Camará Tel.: 2404-1231
FUNLAR:

- Rua Correia de Oliveira, 21 - Vila Isabel
Tel.: 2576-2549
- Rua Carlos Boisson, s/nº - Campo Grande Tel.: 2415-5864
3º Passo:
Após 30 dias da entrada do processo na Funlar, entrar em contato com a Central Rio Card 4003-3737, para verificar se o processo foi aprovado e agendar a foto para a emissão do Rio Card Especial.
OBS:  O portador do RIOcard Especial pode entrar gratuitamente no Zoológico e no museu com acompanhante. É só mostrar o cartão na entrada. Não sei se em outros pontos turísticos dão esse direito, mas lá no Zoológico é certo.
Mais informações no site:  http://www.rioonibus.com/gratuidades/index.asp

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  Gratuidade no Metrô
GRATUIDADE
Para receber o cartão de gratuidade, todos os requerentes devem comparecer diretamente no Posto de Cadastramento na Estação Central, que funciona de segunda a sexta-feira, nos dias úteis, de, 8h às 18h, e sábado de 8h às 12h (exceto feriados). Saiba quem tem direito ao benefício:
  • Alunos da rede pública de ensino fundamental e médio do Rio de Janeiro;
  • Maiores de 65 anos;
  • Pessoas com Deficiência e acompanhante legalmente autorizado;
  • Doentes crônicos e acompanhante legalmente autorizado.
CADASTRAMENTO

Todos os requerentes devem comparecer diretamente no Posto de Gratuidade na Estação Central.
De Pessoas com Deficiência e Doentes Crônicos

DOCUMENTOS NECESSÁRIOS:
• Estar cadastrado junto à SETRANS (Secretaria de Transportes do Estado), e ter seu processo deferido e concedido para o modal metrô;
• Documento legal de identidade (original);
• Comprovante de residência de um dos últimos três meses
RETIRADA DE CARTÃO
Os cartões somente serão entregues ao usuário do Cartão Gratuidade, ou, caso este seja menor de idade, ao responsável legal, 30 dias após o cadastramento no Posto de Gratuidade na Estação Central.
Para gratuidades em Barcas: http://www.barcas-sa.com.br/


O mundo sensorial do espectro do autismo.

O mundo sensorial do espectro do autismo.
Apesar de ser universalmente reconhecida como uma característica do autismo, sensorial ou com excesso de sensibilidade, é frequentemente ignorado. O guia a seguir fornece uma compreensão básica das dificuldades sensoriais que as pessoas com autismo ou Síndrome de Asperger pode ter, e as estratégias que podem ajudar.

Para funcionar e participar do mundo que nos rodeia, precisamos usar os nossos sentidos. Os sentidos fornecem aos indivíduos experiências únicas e nos permitem interagir e se envolver com o resto da sociedade. Eles nos ajudam a compreender o ambiente que nos rodeia e responder dentro dele. Eles desempenham um papel significativo em determinar quais as ações que levamos em uma situação particular. Imagine o que acontece quando um, ou todos os seus sentidos são intensificados ou não estão presentes em tudo, muitas vezes referida como disfunção de integração sensorial. Este é o caso de muitos indivíduos do espectro do autismo.
Existem várias definições de autismo, mas eles raramente falam de como uma pessoa com autismo se sente. É somente através de histórias pessoais dos próprios indivíduos, que podemos expressar e descrever o que se passa em seu mundo sensorial doloroso. Funções diárias, que a maioria das pessoas tomam para concedido, pode, podem para pessoas com autismo ser negativo e experiências perturbadoras. Comportamentos apresentados por alguém com autismo, muitas vezes, ser uma reação direta à sua experiência sensorial. Por conseguinte, é compreensível porque eles criam rituais, ou têm comportamentos auto-estimulatórios como spinning, batendo e batendo, porque isso os faz sentir que estão no controle e se sentem seguros em seu mundo original. 
Integração sensorial
Ayres (1979, Smith Myles et al, 2000) definiu a integração sensorial como "a organização da sensação de utilização". Trata-se de sensação de viragem na percepção.
O sistema nervoso central (cérebro) processa todas as informações sensoriais enviados a partir de vários sistemas sensoriais do corpo e ajuda a organizar, priorizar e entender as informações. A partir disso, é capaz de uma ação de resposta: estes podem ser pensamentos, sentimentos, respostas motoras (comportamento) ou uma combinação destes. Durante todo o nosso corpo, temos receptores, que captam a estímulos sensoriais. Nossas mãos e pés contêm a maioria dos receptores. Na maioria das vezes o tratamento da informação sensorial é automática
Os sistemas sensoriais podem ser divididas em seis áreas. Estes podem ser divididos em duas áreas principais: hiper (alto) e hipo (sensibilidade baixa). No entanto, é importante lembrar que as dificuldades / diferenças podem, alguns indivíduos se enquadram em ambas as áreas.
Sistema do Equilíbrio
Situado na orelha interna, esta fornece informações sobre onde está nosso corpo no espaço e sua velocidade, direção e movimento, tudo em relação à força da gravidade. É fundamental para nos ajudar a manter nosso equilíbrio e postura. Para um indivíduo sobre o espectro, as dificuldades / diferenças podem ser:
Hipo
  • a necessidade de balançar, balançar, girar.

Hiper

  • dificuldades em atividades que incluem o movimento, como o desporto
  • dificuldades em parar rapidamente ou durante uma atividade
  • dificuldades com as atividades onde a cabeça não está na posição vertical, ou quando os pés estão no chão.

Sistema da consciência corporal (propriocepção)
Situado nos músculos e articulações, o nosso sistema de percepção do corpo nos diz que nossos corpos são. Ele também nos informa que as partes de nosso corpo são e como eles estão se movendo. Para um indivíduo sobre as dificuldades do espectro / diferenças podem ser:
Hipo
  • proximidade - de pé muito próximo a outro / não compreensão do espaço corporal pessoal
  • andar pelos cômodos da casa - evitar obstruções
  • esbarrar em pessoas.

Hiper

  • dificuldades com habilidades motoras finas, a manipulação de pequenos objetos (botões, amarrar cadarços de sapatos)
  • movimentos de corpo inteiro a olhar para alguma coisa.
Sistema do Cheiro (olfatório)
Processado através de receptores químicos no nariz, isso nos diz sobre cheiros em nosso ambiente imediatamente. O olfato é um sentido que é muitas vezes negligenciado e esquecido. É, no entanto, o primeiro sentido que confiamos. Para um indivíduo sobre as dificuldades do espectro / diferenças podem ser:
Hipo
  • alguns indivíduos não têm nenhum sentido de cheiro e não conseguem perceber os odores extrema
  • Algumas pessoas podem lamber coisas.

Hiper

  • cheiros podem ser intensificados e avassaladores
  • problemas com banheiro
  •  não gostar de pessoas com perfumes distintos, shampoos, etc
Sistema Visual
Situado na retina do olho e ativado por luz, nossa visão nos ajuda a definir os objetos, pessoas, cores, contraste e limites espaciais. Para um indivíduo sobre as dificuldades do espectro / diferenças podem ser:
Hipo
  • podem ver as coisas mais escuras, perder os recursos de linha
  •  para alguns, podem concentrar-se na visão periférica, pois sua visão é borrada central, outros dizem que o principal objetivo é ampliada e na periferia as coisas tornam-se turva
  • Percepção de profundidade deficiente - problemas com jogar e pegar, imperícia. 
Hiper
  • visão distorcida ocorre e objetos e luzes brilhantes pode saltar em torno
  • fragmentação de imagens, como conseqüência de muitas fontes
  • focalizando detalhe particular (grãos de areia) mais prazeroso do que olhar para uma coisa como um todo.
Sistema da Audição (auditivo)
Situado na orelha interna, este informa-nos sobre os sons do ambiente. É o aspecto mais comumente reconhecida de deficiência sensorial. Para um indivíduo sobre o espectro, as dificuldades / diferenças podem ser:
Hipo
  • os sons só podem ser ouvidos com uma orelha, outra orelha ou apenas ter ouvido parcial ou nenhum
  • a pessoa pode não reconhecer sons particular
  • Gostam de lugares lotados e barulhentos, cozinhas, portas e objetos.

Hiper

  • volume de ruído podem ser ampliadas e em torno de sons distorcidos e confusos
  • incapacidade para cortar sons particulares - dificuldade de concentração
  • eles podem ter um limiar inferior de audição, o que os torna particularmente sensíveis a estímulos auditivos, por exemplo, ouvir conversas à distância.

Sua deficiência auditiva pode ter um efeito direto sobre a sua capacidade de comunicação e também podem afetar seu equilíbrio.
Sistema Tátil
Situado sobre a pele, o maior órgão do corpo, que se refere ao toque, tipo de pressão, nível de dor e nos ajuda a distinguir a temperatura (quente e frio).
O toque é um componente importante no desenvolvimento social. Ela nos ajuda a avaliar o ambiente em que estamos e nos permite reagir em conformidade. Para um indivíduo sobre as dificuldades do espectro / diferenças podem ser:
Hipo
  • tem outros bem
  • tem alto limiar de dor - dor / temperatura
  • auto-agredir
  • Gostam de objetos pesados em cima deles.

Hiper

  • toque pode ser doloroso e desconfortável e muitas vezes eles vão retirar os aspectos do toque, que pode ter um efeito grave em seus relacionamentos com os outros
  • não gostam de ter tudo nas mãos ou pés
  • dificuldades em escovar os dentes e lavar o cabelo
  • só gosta de certos tipos de roupa ou texturas.
Sistema do paladar
Processado através de receptores químicos na língua que nos fala sobre diferentes sabores - doce, azedo, amargo, salgado e picante. Os indivíduos, muitas vezes têm dietas restritas, como resultado de suas papilas gustativas são super sensíveis. Para um indivíduo sobre as dificuldades do espectro / diferenças podem ser:
Hipo
  • gosta de alimentos muito condimentados
  • come de tudo - o solo, a grama, materiais. 
Hiper
  • alguns sabores e alimentos são demasiado fortes e irresistível para elas
  • determinadas texturas também causa desconforto, algumas crianças só comem alimentos suaves, tais como purê de batatas ou gelados.
Sinestesia
Esta é uma condição rara, separada do autismo, que alguns indivíduos do espectro dizem ter experiência. Isto é, quando a confusão nos canais sensoriais ocorrem. Uma experiência sensorial entra através de um sistema e através de um sistema diferente. Por exemplo, uma pessoa ouve um sistema (som auditivo), mas vê a cores (sistema visual).
As estratégias possíveis
Uma maior compreensão do mundo sensorial dos indivíduos do espectro permite que você possa ajudá-los a desenvolverem em um ambiente mais confortável.

As seguintes idéias e estratégias podem ajudar quando se tenta criar um ambiente confortável para um indivíduo sobre o espectro, para evitar a sobrecarga dos sentidos.
Considerações gerais para lembrar:
  • Conscientização
    Sabendo que a disfunção sensorial pode ser a razão para o problema, sempre examinar o ambiente.
  • Seja criativo
    Use sua imaginação para chegar a experiência positiva sensorial e / ou estratégias.
  • Preparar
    Sempre avisar o indivíduo de possíveis estímulos sensoriais que podem experimentar, por exemplo, lugares lotados.
Terapia de integração sensorial
Terapia de integração sensorial envolve a exposição leve a vários estímulos sensoriais. O objetivo desta terapia é fortalecer, equilibrar e desenvolver o sistema nervoso central de processamento de estímulos sensoriais. Delacato (1974), que introduziu o conceito de terapia de integração sensorial, a terapia focada nos cinco sistemas sensoriais - visão, paladar, olfato, audição e tato. Hoje, terapeutas ocupacionais continuam a concentrar-se nestas áreas, bem como incorporar o vestibular e de propriocepção, quando da criação e planejamento de um cronograma de atividades para um indivíduo.
Equilíbrio (vestibular) 
Hipo
  • incentivar atividades que as ajudam a desenvolver o seu sistema vestibular - cavalo de balanço.

Hiper

  • decompor as atividades em pequenos passos, de usar pistas visuais como uma linha de chegada ou avisos.
Consciência corporal (propriocepção)
Hipo
  • Salão de posição em torno da borda da sala para facilitar a navegação
  • colocar fita colorida no chão para indicar os limites
  • utilizar a regra de curta distância.

Hiper

  • atividades de segmentação
  • placas de renda.
Cheiro (olfatório)
Hipo
  • use produtos com cheiro forte como recompensa e para distraí-los de estímulos inadequados, possivelmente com cheiro forte (fezes).

Hiper

  • uso de detergentes ou shampoos, abster-se de usar perfumes, tornar o ambiente como fragrância livre quanto possível.
visual
Hiper
  • reduzir a iluminação fluorescente, utilizando lâmpadas de profundidade de cor, em vez
  • óculos de sol
  • criar uma estação de trabalho em sala de aula: um espaço de secretária ou com muros altos ou dividir em ambos os lados para bloquear as distrações visuais da frente e dos lados
  • cortinas blackout.

Hipo

  • aumentar o uso de pistas visuais.
Audição (auditivos)
Treinamento de integração auditiva
No início de 1980 o Dr. Guy Berard criou uma máquina que os testes e exercícios indivíduos sistema auditivo. Esta abordagem considera que os comportamentos são uma consequência das dificuldades no sistema auditivo. Ao produzir vários sons, alterando a máquina é capaz de usar seus filtros auditivos para maximizar o volume sem causar desconforto. O objetivo é treinar o sistema auditivo e de equilíbrio que o seu contributo. A investigação sobre esta abordagem é muito limitada.
A terapia de música
Os benefícios da musicoterapia tem sido reconhecido, e é frequentemente utilizado com indivíduos do espectro. A terapia de música proporciona aos indivíduos uma oportunidade única para se comunicar, interagir e se expressar.
Hiper
  • portas fechadas e janelas - para reduzir os sons externos que têm de lidar
  • prepará-los antes de ir para um lugar barulhento ou situações de lugares cheios
  • tampões para os ouvidos
  • Walkman ou MP3
  • criar uma estação de trabalho.

Hipo

  • usar pistas visuais para fazer backup das informações verbais.
Tátil
Hipo
  • cobertores pesados
  • sacos de dormir.

Hiper

  • Avise a criança se você estiver prestes a tocar-lhe, sempre aproximar-se dele ou dela de frente
  • Lembre-se que um abraço pode ser doloroso e não reconfortante
  • gradualmente introduzir texturas diferentes
  • Aos poucos realize atividades próprias, que lhes permite regular a sensibilidade (por exemplo, escovar o cabelo e lavar).
Salas sensoriais
Ambientes sensoriais são destinadas a fornecer aos indivíduos a oportunidade de estimular, desenvolver e / ou equilíbrio dos sistemas sensoriais.
Eles estão localizados principalmente em escolas especializadas que o acesso é bastante limitado. No entanto, muitas famílias optaram por adaptar um quarto em sua casa para criar um espaço de estimulação sensorial ou recarregar.
Salas ou espaços sensorial pode assumir várias formas, por exemplo branco, escuro, de som, interativo, água ou jardim. Suas principais funções tendem a ser terapêutico, educacional e lazer, tudo em relação ao desenvolvimento.
Os equipamentos utilizados nos quartos variam dependendo do tipo, função e necessidades do indivíduo a usá-lo. A lista a seguir dá exemplos de equipamentos para fornecer estímulo para todos os sistemas sensoriais. Os estímulos podem incluir uma música suave, almofadas vibratórias, as fibras ópticas, bolas de espelho, tubos de bolha, camas de água, paredes tátil, discoteca luzes e projetores,  para citar apenas alguns. O equipamento pode ser configurado com opções, a pressão de som e movimento que, em seguida, ativa uma parte do equipamento na sala. A criança vem para reconhecer causa e efeito.
Os benefícios relatados de salas sensoriais vem a apresentar, principalmente a partir de experiências e observações pessoais, pois existem apenas uma quantidade limitada de pesquisa.
Profissionais que podem ajudar
Terapeuta Ocupacional
Eles desempenham um papel fundamental nas dificuldades sensoriais por meio de programas e, muitas vezes a adaptação dos ambientes para garantir aos indivíduos ter uma vida tão independente quanto possível.
terapeuta da fala e linguagem
Muitas vezes o uso de estímulos sensoriais para incentivar e apoiar o desenvolvimento da linguagem e interação.
musicoterapeuta
Usa instrumentos e sons (estímulos auditivos), para incentivar e desenvolver os sistemas sensoriais, principalmente o sistema auditivo.
Exemplos de problemas
Problema: mastiga tudo, incluindo roupas e objetos
  • Possíveis razões sensoriais
    Acha relaxante.
  • Possíveis soluções
    Tubos livre de Látex, palhas.
Problema: Manchando
  • Possíveis razões sensoriais
    Pode gostar da textura em suas mãos ou ser hipo-sensível aos cheiros.
  • Possíveis soluções
    Experimente e introduzir materiais similares, tais como geléia, farinha de milho e água.
Problema: se recusa a usar certas roupas
  • Possíveis razões sensoriais
    Podem não gostar da textura ou pressão na pele.
  • Possíveis soluções
    Transforme os itens de dentro para fora isso onde não há costura, remover quaisquer etiquetas ou rótulos, que lhes permita usar roupas que são confortáveis por dentro
Problema: Dificuldades para pegar no sono
  • Possíveis razões sensoriais
    Pode ter dificuldade em fechar os sentidos, em especial, visual e auditiva.
  • Possíveis soluções
    Use cortinas blackout ou cobertores pesados.
Problema: tem dificuldade em concentrar-se na sala de aula
    • Possíveis razões sensoriais
      Pode ter muitas distrações sensoriais, pode ser muito ruidoso (falando, sinos, cadeiras raspando no chão), os lotes de estímulos visuais (pessoas, retratos na parede), também pode encontrar desconforto ao segurar o lápis (pode sentir duro / frio) .
    • Possíveis soluções
      Posicioná-los longe das portas e janelas, móveis, use na sala para criar uma área livre de distrações ou, se possível, uma estação de trabalho individual, experimente diferentes texturas para tornar o lápis mais confortável.